Alguém já se perguntou em como algumas pessoas conseguiram, através da liderança inspiradora, motivar uma ação de força inabalável, única e inédita? São questões como essa que nos leva em busca de evolução.
Ao tentar compreender o mundo ao nosso redor, nos frustramos com situações adversas que fogem do nosso controle. Situações essas que, simplesmente, nos forçam a entender o que está acontecendo e buscar por soluções.
Quando passamos a pensar, percebemos que o mundo está cheio de pessoas que, mesmo diante de adversidades, conseguiram realizar coisas que desafiam todos os pressupostos.
Verdadeiros exemplos de liderança inspiradora
Continuando com as indagações sobre liderança, por que algumas pessoas simplesmente conseguem fugir da mediocridade e se destacar diante dos demais? Como podem seguir em frente mesmo diante de tantas dificuldades e maré contrária?
Ao tentar encontrar respostas, passamos a perceber que isso é a coisa mais normal do mundo e acontece com várias personalidades por aí.
Quer um bom exemplo de liderança inspiradora? Veja o Steve Jobs e sua empresa revolucionária, a Apple, que até os dias de hoje, se mantém no topo de inovações, ano após ano. Mas, como é possível a empresa ser mais inovadora do que toda a concorrência? Ela é apenas uma empresa de computadores igual a todas as outras.
Eles possuem o mesmo acesso à tecnologia, aos mesmos talentos, às mesmas agências, às mesmas consultorias, à mesma comunicação social. E mesmo assim, conseguem ter algo diferente.
Quer outro exemplo de liderança inspiradora? Então considere Martin Luther King, que liderou o movimento dos direitos civis. Como ele foi capaz disso, sendo que não foi o único homem a sofrer em uma América anterior aos direitos civis? E certamente, não foi o único grande orador daquele tempo.
Por fim, podemos mencionar a história dos Irmãos Wright, que conseguiram inventar o voo tripulado controlado, mesmo tendo que competir com outras equipes mais qualificadas e com melhor financiamento, que não tiveram sucesso na empreitada. Os irmãos Wright foram capazes de superar as demais equipes e fazer história.
Todas essas personalidades mudaram o mundo ao nosso redor. Sem ter a intenção de liderar, foram escolhidos como ícones da liderança e passaram adiante, por cima de todas as adversidades e potenciais riscos. Mas como?
A descoberta que mudou tudo
Em busca de mais respostas, nos focamos em pesquisas e encontramos algo que pode expandir a forma que você vê o mundo. O conteúdo em questão se chama Círculo Dourado (The Golden Circle) de Simon Sinek, e ele serve como um modelo de negócio e liderança, fazendo alguns apontamentos interessantes.
Ao estudar a metodologia do Círculo Dourado, podemos observar que existe um padrão recorrente entre ícones de liderança e organizações inspiradoras do mundo, como Steve Jobs da Apple, Martin Luther King e os irmãos Wright.
Todos os maiores líderes do mundo pensam, agem e se comunicam exatamente da mesma forma, sendo o total oposto de todos os outros. E é neste momento, que passam além, se mostrando superiores aos demais.
Essa formidável liderança faz parte de uma fração de pessoas que entendeu que, para fazer a diferença, precisam entender o porquê das coisas. Mas, não estamos nos referindo a perguntas simples como ‘porque você trabalha?’, não é isso.
Estamos sendo mais profundos, com questões como “porque a nossa organização existe?”, “qual é o impacto que ela causa nas pessoas?”, “porque as pessoas querem trabalhar nela?”.
The golden circle
Para que você tenha um vislumbre maior de como o Círculo Dourado abriu as nossas mentes, em relação às várias indagações que tínhamos, resumimos ele para você.
O Círculo Dourado é um modelo de negócios e liderança desenvolvido pelo autor e consultor britânico Simon Sinek. Ele propõe que as empresas devem começar definindo “por que” existem, em vez de “o que” e “como” elas fazem as coisas.
Segundo Sinek, as empresas que comunicam claramente sua razão de existir, são mais propensas a criar lealdade e engajamento por parte de seus clientes e funcionários. O Círculo Dourado é representado por três círculos concêntricos, onde o círculo mais interno representa “por que”, o segundo círculo representa “como” e o terceiro círculo representa “o que”.
A importância de comunicar claramente
Como percebemos, a comunicação clara é fundamental para qualquer líder inspirado. Fazer as perguntas e respostas corretamente é crucial para a liderança efetiva. Como consequência, a forma como os líderes pensam, agem e se comunicam é de dentro para fora.
É importante ressaltar que as organizações inspiradas também seguem esse princípio, independente de sua dimensão ou indústria. A liderança efetiva começa de dentro para fora, e isso é essencial para inspirar equipes e alcançar resultados excepcionais.
Para enfatizar melhor o que estamos falando, vamos usar novamente o exemplo da Apple, porque assim fica mais fácil de perceber como a comunicação funciona de fato.
Se a Apple fosse como todos os outros, possivelmente usaria uma mensagem publicitária do gênero: nós fazemos excelentes dispositivos com um design elegante, de utilização fácil e intuitiva. Deseja comprar um? Não? E é assim que a maioria das pessoas comunica.
É assim que se faz a maioria do marketing, e como a maior parte das vendas são feitas. E é assim que normalmente nos comunicamos. Dizemos o que fazemos, como somos diferentes ou como somos melhores e, esperamos um certo tipo de comportamento.
Esta é a nossa sociedade de advogados, nós temos os melhores advogados e satisfazemos sempre os nossos clientes. Este é o nosso carro, ele tem baixo consumo de combustível e assentos de couro, compre o nosso carro. Mas isto não é chamativo.
Já a Apple comunica da seguinte maneira: tudo o que fazemos nós acreditamos desafiar o status quo. Nós acreditamos em pensar de forma diferente. Nós desafiamos o status quo, por meio de um design elegante, de utilização fácil e intuitiva.
Por acaso fazemos excelentes dispositivos. Deseja comprar um?
Totalmente diferente, certo? Vocês já estão dispostos a comprar um dos meus dispositivos? Apenas invertemos a ordem das informações.
O que isto prova é que as pessoas não compram o que as empresas fazem, mas sim, a razão por que elas o fazem. Isto explica por que é que a maioria das pessoas, tendem a comprar dispositivos da Apple, invés dos concorrentes.
Comunicando de dentro para fora: a importância da razão por trás do que fazemos
As pessoas não compram o que fazemos, mas sim, a razão porque o fazemos. O objetivo não é fazer negócio com todos aqueles que precisam do que nós temos a oferecer. Mas, sim fazer negócios com as pessoas que acreditam no que nós acreditamos que podemos fazer. E é aqui que vem a melhor parte, segundo a metodologia do Círculo Dourado.
Todas as informações que estamos compartilhando estão baseadas nos princípios fundamentais da biologia, não da psicologia. Se olharmos para uma seção transversal do cérebro humano, de cima para baixo, veremos que ele é dividido em três componentes principais que correspondem ao círculo dourado.
O neocórtex é a parte mais recente do nosso cérebro de Homo sapiens, responsável por pensamentos racionais, análises e linguagem. As duas seções intermediárias constituem os nossos cérebros límbicos, responsáveis por sentimentos como confiança e lealdade, bem como por todo comportamento humano e processo de tomada de decisões, mas sem capacidade linguística.
Quando nos comunicamos de fora para dentro, as pessoas conseguem entender informações complicadas, como fatos e números, mas isso não serve como motivação para o comportamento.
Comunicar de dentro para fora é falar diretamente com a parte do cérebro que controla o comportamento, permitindo às pessoas racionalizá-lo por meio de coisas tangíveis. É assim que as decisões intuitivas são tomadas.
Às vezes, quando damos a alguém todos os fatos e números, a pessoa pode sentir que algo não está certo, porque a parte do cérebro que controla a tomada de decisões não controla a linguagem.
É importante entender por que fazemos o que fazemos, porque as pessoas reagem à razão pela qual fazemos algo. Isso é crucial para que as pessoas votem em nós, comprem nossos produtos e sejam leais.
Mais uma vez, o objetivo não é apenas vender nossos produtos para aqueles que precisam deles. Nosso objetivo é vender para aqueles que compartilham de nossas crenças e valores. Da mesma forma, não queremos apenas contratar pessoas que precisam de emprego, mas sim pessoas que acreditam no que acreditamos.
Por isso, grandes líderes costumam dizer que se alguém é contratado apenas porque sabe fazer, elas trabalharão por dinheiro, mas se forem contratadas por acreditarem no que nós acreditamos, elas trabalharão com o seu sangue, suor e lágrimas, e não há melhor exemplo disso do que os irmãos Wright.
Liderança inspiradora: diferença que o ‘sangue, suor e lágrimas’ pode fazer
Samuel Pierpont Langley é um nome desconhecido para muitas pessoas, mas no início do século XX, ele fazia parte da corrida pela invenção do voo tripulado e controlado, que era a grande novidade da época.
Diversas pessoas estavam experimentando nessa área, mas Langley tinha a receita que, na época, parecia ser a chave para o sucesso. Até hoje, quando se pergunta a alguém sobre o fracasso de um produto ou empresa, geralmente as respostas incluem falta de capital, pessoas erradas e más condições de mercado. Essas três questões sempre surgem; por isso, é interessante explorá-las mais a fundo.
O Departamento de Guerra dos EUA deu a Langley 50.000 dólares para desenvolver uma máquina de voar, portanto dinheiro não era problema. Ele também era muito bem relacionado e podia contratar as melhores mentes que o dinheiro podia contratar e as condições de mercado eram excelentes.
Até mesmo o jornal New York Times seguia-o para todo o lado e toda a mundo torcia por Langley. E mesmo assim, pouco se ouviu sobre Samuel Pierpont Langley?
Agora, há centenas de quilômetros de distância, em Dayton, Ohio, Orville e Wilbur Wright, não tinham nada daquilo que consideramos ser a receita para o sucesso. Não tinham dinheiro. Pagavam pelo seu sonho com as receitas da sua loja de bicicletas.
Nem uma só pessoa da equipe dos irmãos Wright tinha tido uma educação universitária, nem mesmo eles. E o New York Times não os seguia para lado nenhum. Mesmo assim, conseguiram. Como?
A diferença era que Orville e Wilbur eram motivados por uma causa, por um objetivo, por uma convicção. Eles acreditavam que se conseguissem descobrir como funcionava esta máquina voadora, isso mudaria o rumo do mundo, eles haviam entendido o conceito de liderança.
Samuel Pierpont Langley era diferente. Ele queria ser rico e famoso. A sua demanda era por um resultado, por riquezas e não por liderança. E eis o que aconteceu. Aqueles que acreditavam no sonho dos irmãos Wright trabalhavam com eles com sangue, suor e lágrimas.
Os outros trabalhavam por um salário. E contam-se histórias de como todas as vezes que os irmãos Wright iam fazer as suas experiências, tinham que levar cinco conjuntos de peças, porque isso eram quantas vezes eles caíam antes de voltar para casa para jantar.
E por fim, a 17 de dezembro de 1903, os irmãos Wright levantaram voo e ninguém estava lá para partilhar a experiência. Só se descobriu uns dias depois. E mais uma prova de que Langley era motivado pela coisa errada.
Liderança: Lei de difusão da inovação
Simon Sinek, autor do livro “Start with Why” (Por quê? Como grandes líderes inspiram ação), afirma que as pessoas não compram o que você faz, mas sim o porquê você faz. Isso é conhecido como a Lei de difusão da inovação.
Para ter um sucesso comercial em massa, é preciso atingir entre 15 e 18% de penetração de mercado, o ponto de viragem onde a maioria da vanguarda começa a adotar a ideia. A maioria das pessoas espera que alguém experimente algo primeiro antes de adotá-lo, eles representam 34% da população.
Os inovadores (2,5%) e os adotantes da vanguarda (13,5%) são motivados por aquilo em que acreditam e tomam decisões intuitivas. As empresas precisam atravessar o abismo para alcançar o sucesso comercial em massa.
É nisso que marcas como a Apple se destacam com proficiência e conseguem inovar ano após ano. Foi entendendo justamente essa Lei de difusão da inovação, que a marca compreendeu que seu público devia ser os inovadores e adotantes da vanguarda, que agiriam por conta própria.
É esse público que permanece na fila por 6 horas no dia do lançamento de um iPhone, só para testar antes da massa. É esse público que comprou a primeira televisão de tela plana, apenas para ter a experiência antes das pessoas.
Nunca foi pela tecnologia, mas sim pelo que eles acreditam que a marca irá proporcionar. Lembre-se, as pessoas não compram o que fazemos, elas compram a razão por que fazemos.
Exemplos de fracasso e liderança
Vamos dar um exemplo de sucesso e um de fracasso da Lei de difusão de inovação. O fracasso comercial que vou mencionar é o TiVo, que foi lançado há cerca de oito ou nove anos e nunca fez dinheiro.
A TiVo é um exemplo interessante de fracasso comercial, apesar de ter sido um produto muito bem financiado e de alta qualidade. Desde o momento em que foi lançado, há mais de uma década, a TiVo foi considerada uma das melhores opções no mercado para gravação de programas de TV.
No entanto, a empresa nunca conseguiu ganhar dinheiro, e as suas ações perderam valor após a oferta pública inicial (IPO). O problema da TiVo foi que a empresa não conseguiu convencer a maioria das pessoas de que precisavam de um produto que fazia pausa na TV em direto, excluía os anúncios publicitários e memorizava os seus hábitos televisivos.
Embora essas características pareçam atraentes para alguns consumidores, a maioria não via a necessidade de pagar por um dispositivo que oferecia essas opções. Além disso, a TiVo não conseguiu criar uma demanda significativa para o seu produto.
Mesmo com as condições de mercado favoráveis e o alto nível de qualidade do produto, a empresa não foi capaz de atrair um número suficiente de clientes para garantir o seu sucesso financeiro.
Outro fator que pode ter contribuído para o fracasso da TiVo foi a sua falta de inovação contínua. Embora a empresa tenha sido pioneira em algumas tecnologias, como a gravação de programas de TV, ela não conseguiu acompanhar as mudanças nas preferências dos consumidores e a concorrência acirrada de outras empresas, como a Netflix e a Amazon Prime Video.
Em resumo, o fracasso da TiVo demonstra que não basta ter um produto de alta qualidade e estar bem financiado para garantir o sucesso no mercado. É necessário identificar e criar uma demanda significativa para o produto, além de se manter atualizado com as mudanças nas preferências dos consumidores e a concorrência.
Agora, vou dar um exemplo de sucesso da Lei de difusão de inovação. Em 1963, durante o verão nos Estados Unidos, ocorreu um evento que se tornou um marco na história da luta pela igualdade social no país.
Naquele ano, cerca de 250 mil pessoas se reuniram no National Mall, em Washington, para ouvir o Dr. Martin Luther King Jr. discursar sobre seus ideais de justiça social. O evento foi organizado em prol da luta pelos direitos civis dos negros norte-americanos, que enfrentavam uma realidade de discriminação e segregação racial.
O Dr. King era um grande orador, que não apenas falava sobre as mudanças que precisavam ser feitas na América, mas também inspirava as pessoas a acreditarem nesses ideais. Sua voz ecoava em toda a multidão, que o ouvia com atenção e admiração.
Ele acreditava que as leis feitas pelos homens deveriam estar em conformidade com as leis divinas, para podermos viver em um mundo justo e igualitário. As pessoas que acreditavam em seus ideais pegaram a causa do Dr. King e a transformaram em sua própria, criando estruturas para divulgar a mensagem e levá-la a ainda mais pessoas.
A crença delas era tão forte que viajaram por horas para estar presentes no evento em Washington, mesmo sob o forte sol de agosto. Durante seu discurso, intitulado “Eu tenho um sonho”, o Dr. King expressou sua visão de um futuro melhor e mais justo para todos os norte-americanos, independente de sua raça, cor ou origem.
Seu discurso inspirou muitas pessoas a seguirem seus ideais e a lutar por um mundo mais igualitário. Esse evento foi um exemplo de como a liderança não está necessariamente relacionada à posição de poder, mas sim à capacidade de inspirar e motivar as pessoas a agirem em prol de uma causa maior.
Conclui-se que a liderança efetiva é uma habilidade fundamental para inspirar e incentivar equipes a alcançar resultados excepcionais. Grandes líderes, como Steve Jobs, Martin Luther King e os irmãos Wright, utilizaram técnicas de liderança inspiradora para motivar suas equipes e alcançar grandes feitos.
É importante que líderes em potencial estudem e compreendam essas técnicas para se tornarem líderes efetivos e inspiradores. Através da aplicação dessas habilidades de liderança, as equipes podem ser impulsionadas a alcançar o sucesso e a excelência em suas atividades.
E você, como tem inspirado outros ao seu redor? Como tem liderado seus times? Comente abaixo!
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